Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem. Caso contrário os honestos, simpáticos e não fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo à porta.
O amor – penso - não é chegado a fazer contas, não obedece à razão. O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo, por conjunção estelar.
Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, se veste bem e é fã do Caetano Veloso. Isso são apenas referências.
Ama-se, creio, pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que a pessoa dá, ou pelo tormento que provoca. Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera.
Ama-se aquela pessoa petulante. Escreve-se dúzias de correspondências que a pessoa não respondeu. Se deu flores, foi deixada à seco. Um pessoa gosta de rock e a outra de chorinho; se uma gosta de praia, a outra pode ter alergia a sol; uma abomina Natal e a outra detesta o Ano Novo. Nem no ódio se combinam.
Então?
Amar não requer conhecimento prévio, nem consulta ao SPC. Ama-se justamente pelo que o amor tem de indefinível.
Honestos existem aos milhares; generosos têm às pencas; bons pais de família está assim, ó!
Mas ninguém consegue ser do jeito que o amor da nossa vida é. Pensemos nisso. Pedir é a maneira mais eficaz de merecer. É a contingência maior de quem precisa.
Reginaldo Monteiro
Reginaldo Monteiro
0 comments:
Postar um comentário