As metas assumidas para 24 de junho de 2016, no Plano Nacional de
Educação (Lei 13.005/14), praticamente não saíram do papel: Metade da
população infantil de até três anos de idade deveria estar em creches, mas
temos 2,5 milhões de crianças sem tal atendimento. Este ano, todas as
crianças entre 4 e 5 anos deveriam estar na pré-escola, mas ainda há 700 mil
crianças não matriculadas. Em 2016, 100% dos jovens entre 15 e 17 anos
deveriam estar cursando o ensino médio; no entanto, 1,6 milhão desses jovens
estão fora da escola. É a futura “geração nem-nem”: os jovens entre 18 e 25
anos que nem estudam nem trabalham, e são 20% da população brasileira dessa
faixa etária. A meta 15 previa o início de uma política nacional de
formação docente. Apesar disso, até o momento só 32,8% dos mestres dos anos
finais do ensino fundamental têm licenciatura na área em que atuam e 25% dos
professores da educação básica não têm curso superior. O monitoramento
dos avanços deveria ser reportado periodicamente na internet, pelo MEC, mas
nenhuma satisfação foi dada à sociedade. É claro que a crise econômica e
a turbulência política mudaram as prioridades e a educação, mais uma vez, ficou
em segundo plano. Mas a letargia na passagem dos planos à ação indica também
falhas graves na gestão da área educacional. Não é raro, que na educação
pública, se façam reuniões e comissões nos âmbitos municipal, estadual e
federal, gastando um tempo valioso para redigir planos que, pouco depois, caem
no esquecimento.
(G1)