24 outubro 2016

BAURU: Mais de 700 famílias de volta à miséria

"Tem dias em que eu sento na porta de casa e choro. De desespero, mesmo. A gente tenta de tudo, todo dia, mas não encontra nada", lamenta Claudinei da Silva Salvador. Aos 29 anos, com pensão de dois filhos para pagar todos os meses e uma nova família para ajudar a sustentar, o que Claudinei tenta é encontrar emprego. Qualquer emprego. Segundo ele, a peregrinação com currículo nas mãos tem sido infrutífera ao longo do último ano, desde que perdeu o serviço em que tinha carteira assinada. Para piorar, há um mês, sua companheira, Luana Tibúrcio de Oliveira, 21 anos, também foi demitida da empresa em que trabalhava como auxiliar de limpeza. Assim como o casal, ao menos 722 famílias voltaram à condição de vulnerabilidade em Bauru no último ano devido à crise econômica brasileira, que elevou o custo de vida e fechou milhares de postos de trabalho na cidade. Segundo dados da Secretaria Municipal do Bem-Estar Social (Sebes), o registro do Cadastro Único (CadÚnico) - que engloba os dependentes de auxílio municipal, estadual ou federal para sobreviver ou minimizar a precariedade de suas condições - subiu de 40.166 para 40.888 famílias entre junho de 2015 e junho de 2016. Ao todo, elas somam 100.368 pessoas. "O acréscimo deste ano é de famílias que já estavam chegando a uma condição de emancipação, que tiveram alguma ascensão social, mas, agora, com a perda de emprego e renda, tiveram um retrocesso e voltaram a precisar da rede de assistência para atender a necessidades básicas", pondera a titular da Sebes, Darlene Tendolo. Somente no Centro de Referência da Assistência Social (Cras), foram realizados 2,5 mil atendimentos a mais em 2016. Entre outras coisas, esta rede de atenção básica é responsável por fazer a distribuição de gêneros alimentícios, prestar orientação sobre como preparar um currículo e providenciar o encaminhamento para atividades de capacitação profissional e inclusão em programas de transferência de renda. A elevação, segundo a Sebes, foi de 36.226 atendimentos ao longo do primeiro semestre do ano passado para 38.729 no mesmo período de 2016.
(JCnet)
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