Algumas das vítimas do sinistro Coronel Ustra, homenageado pelo deputado Bolsonaro
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O presidente da OAB-RJ (Ordem dos Advogados do Brasil,
seção do Rio de Janeiro),
Felipe Santa Cruz, afirmou nesta terça-feira (19) que a seccional irá acionar o
STF (Supremo Tribunal Federal) na semana que vem para pedir a cassação do
mandato do deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ). A iniciativa tem como
motivação a homenagem do parlamentar a um coronel acusado de tortura
durante a ditadura militar (1964-85), durante a votação do processo
de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), no domingo (17), na Câmara
dos Deputados. A declaração foi considerada como "apologia à tortura"
pelo órgão. "Perderam em 1964. Perderam agora em 2016... pela memória
do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, o pavor de Dilma
Rousseff", disse Bolsonaro antes de votar "sim" pelo impedimento
da petista. Ustra, que morreu em outubro do ano
passado, aos 83 anos, chefiou, entre 1970 e 1974, o
DOI-Codi de São Paulo,
um dos principais centros de repressão do Exército durante o regime militar. Ele sempre negou ter torturado
pessoas. "Ele (Bolsonaro) é um deputado que historicamente
se alimenta de polêmicas de seus opositores. Eu tenho o cuidado de não
alimentá-lo com esse veneno. Mas quando ele usa aquele espaço (a Câmara) e
a imunidade parlamentar para defender a tortura, isso se torna um
problema grave, porque se trata de um crime de lesa-humanidade. É o
mesmo que um deputado alemão usar a tribuna para defender Hitler. Garanto que
ele não terminaria o seu mandato", declarou Felipe, que é filho do
desaparecido político Fernando Santa Cruz. "Uma vez ele foi ao DCE que
leva o nome do meu pai na UFF (Universidade Federal Fluminense) e disse que ele
havia saído para pular Carnaval e não voltou", contou o presidente da
OAB-RJ. O deputado se pronunciou sobre o assunto nas redes sociais dizendo que
se orgulhou de citá-lo
(Bol)