Em audiência com cinco pessoas que se consideram ex-gays,
deputados da bancada evangélica defenderam nesta quarta-feira a possibilidade
de tratamento psicológicos para quem busca “reorientar” a sexualidade. Os
convidados relataram abusos na infância e reclamaram da dificuldade de
conseguir ajuda profissional para enfrentar os conflitos emocionais. Solicitada
pelo deputado Marco Feliciano (PSC-SP), a reunião foi aberta pela psicóloga
Marisa Lobo, que já enfrentou um processo de cassação acusada de defender a
“cura gay” e foi seguida pelos cinco ex-homossexuais, dos quais quatro pastores
evangélicos. Em 2013, o deputado João Campos (PSDB-GO), líder da bancada
evangélica, chegou a apresentar um projeto para sustar a resolução de 1999 do
Conselho Federal de Psicologia (CFP) que proíbe psicólogos de tratar a
homossexualidade como doença. Apelidada de “cura gay”, a matéria foi arquivada
a pedido do próprio parlamentar, depois da polêmica. Feliciano evitou falar em
cura, mas defendeu o tratamento das pessoas por psicólogos. “Não existe cura,
porque não é doença. Essas pessoas só querem o direito de serem ouvidas, de
serem tratadas por uma coisa que elas não querem ser”, disse. O deputado
defendeu que a gravação do debate seja enviada para o País inteiro. “Essa
audiência traz fôlego e oxigênio para pais e mães que não sabem o que fazer
agora que a homossexualidade virou um modismo.”
(Terra)