Quase uma semana depois de entrevistar a presidente Dilma Rousseff
no "Programa do Jô", o apresentador foi alvo de ameaças com a
pichação "Jô Soares, morra", escrita em frente ao seu apartamento no
Higienópolis, em São Paulo. Ele respondeu ao ataque nesta quarta-feira (24), em
seu talk show, e disse que isso assustou os moradores do bairro. "Eu falei
'ainda bem que não tem data'. Aquilo só fez assustar as crianças do bairro, que
tem dois colégios na minha rua. Eu tive de explicar porque deu medo [nelas]. Eu
falei que era coisa de torcida de futebol porque elas aprontam. Quero agradecer
demais a todas as manifestações de solidariedade", falou. O apresentador
pediu para que as pessoas com opiniões diferentes reavaliem os pensamentos por
tudo aquilo que o país já passou. "Pelo amor de Deus, isso é totalmente
fascismo. Todo mundo tem o direito de falar. Tem uma frase famosa do Voltaire
que diz 'sou contra tudo isso o que ele está falando, mas defendo até o fim o
direito dele de dizê-las'. Também corre o boato que eu reforcei minha
segurança, mas eu não tenho. Não ando com segurança. Espero que não tenha por
quê. Não estamos vivendo em um clima de Estado Islâmico." Ele também se
lembrou do período da ditadura, quando morava em uma vila, e encontrou sua casa
vandalizada com menções ameaçadoras. "Cheguei em casa, as luzes estavam
cortadas e as paredes banhadas em sangue (que na verdade era tinta vermelha).
Tinha uma bonequinha também banhada nesse 'sangue' e escrito CCC, que seria
'Comando de Caça aos Comunistas'. Eu juro que eu fiquei com medo de entrar em
casa. Acabei entrando, acendi a luz e foi um momento de grande susto",
contou.
(Bol)