Rogéria saiu em defesa da travesti Verônica
Bolina, que teria sido agredida por policiais militares quando foi
detida, na última sexta-feira, acusada de homicídio culposo. Em imagens
divulgadas no último domingo, a travesti aparece com as roupas rasgadas, o
rosto desfigurado e os cabelos raspados. “Nunca apanhei, mas já fui presa. No
máximo, tinha que fazer sexo com um policial para ser liberada. Eles colocavam
o revólver na mesa e pronto”, conta a atriz, uma das travestis mais famosas do
país: “Sou a maior bandeira desses homossexuais. O que fizeram com essa moça,
seja culpada ou não, foi uma covardia”. Para a artista de 71 anos, a violência contra os
travestis é uma prática mais comum do que se pensa.
“Se é travesti e o policial homofóbico, aí, então, não tem jeito. Eles chegam
com tudo para bater”, observa: “Aprendi com a vivência que para evitar esse
tipo de situação, é preciso silêncio também. Não entro em discussão para evitar
ser agredida”. A travesti
Verônica Alves, de 25 anos, foi transferida na tarde desta quinta-feira para o Centro de
Detenção Provisória Chácara Belém 2. Verônica, que deve ficar em uma cela
especial para detentos LGBT. O advogado de
Verônica Marcello da Conceição vai pedir um habeas corpus com base no fato de
ela não ter passado por uma audiência de custódia no momento da detenção. Nesse
procedimento, um juiz poderia relaxar a prisão para que a acusada respondesse
em liberdade.
(extra)