Na decisão do ministro Alexandre de Moraes que fundamentou as prisões, buscas e apreensões desta quinta-feira, no âmbito da apuração dos atentados ao Estado Democrático de Direito e à liberdades republicanas promovidos pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, assessores dele, ex-ministros e militares ligados à equipe de governo dele, das páginas 59 a 69, conta-se uma história fantástica: o tenente-coronel Mauro Cid, ajudante de ordens do então presidente, gravou em vídeo a reunião que tramou e deslindou o que seria um golpe de Estado. O vídeo foi acessado pela Polícia Federal nos arquivos eletrônicos do tenente-coronel. Na reunião, Bolsonaro insta seus 23 ministros a apoiarem sem subterfúgios o golpismo, sugere que ministros do Supremo Tribunal Federal poderiam levar “US$ 30 milhões, US$ 50 milhões” para defender novo mandato do presidente Lula (que o venceria nas urnas, democraticamente, meses à frente), mas, não tinha provas para dizê-lo. Bolsonaro, então, alega que não se poderia esperar “23, 24” (os anos de 2023, de 2024) para se constatar que “não fizeram nada”. Tudo, então, pela lógica dele, era o golpe de Estado enquanto ele estivesse na cadeira presidencial. O então ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, revela que o Exército estava empenhado na produção de falsas informações que deixassem claro fragilidades (nunca identificadas) das urnas eletrônicas e fraudes (jamais documentadas) do processo eleitoral nacional. O almirante Almir Garnier o apóia nisso, durante a reunião. O então ministro da Justiça, Anderson Torres, afirma que tinha posto a Polícia Federal, “inclusive o diretor geral da PF”, para fazer associações (sempre falsas!) do Partido dos Trabalhadores com a organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) e lançar tudo nas redes abastecendo as fake news dos bolsonaristas e dos perfis deles nas redes. Por fim, na reunião gravada por Mauro Cid e assistida pelos investigadores dos atos antidemocráticos, o general Augusto Heleno, então chefe do Gabinete de Segurança Institucional informa aos presentes àquele inacreditável convescote de golpistas aloprados que “a ABIN está infiltrando gente nossa nas campanhas adversárias”. Quando o general Heleno falou isso, Bolsonaro pediu que depois conversassem a sós e em separado sobre tais infiltrações - atos espúrios por si só, não fosse espúrio e canalha todo o conjunto da reunião gravada e que agora se revela.
08 fevereiro 2024
Reginaldo Monteiro
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Fico assustado com a armação desses dando de canalhas de farda que ficaram o tempo todo tramando golpe de Estado. Muito admiro que esses dando de cagão generais concordavam com as sandices desse capitaode bosta e insubordinado. São mesmo uns canalhas sem escrúpulo.
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