Quatro
parlamentares brasileiros, integrantes da oposição ao governo de Luiz Inácio
Lula da Silva, viajaram para os Estados Unidos com o intuito de protocolar uma
denúncia na Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o que classificam de
“violação de direitos” dos presos em decorrência dos atos criminosos de 8 de
janeiro. No entanto, eles erraram a cidade, o país e o continente. Em vez de
Nova York, onde desembarcaram nesta sexta-feira (21), deveriam ter ido para
Genebra, na Suíça. O destinatário do documento, que tem cerca de 50 páginas e a
assinatura de 52 congressistas, conforme disse o senador Eduardo Girão
(Novo-CE) no vídeo que divulgou, é o embaixador Sérgio França Danese, chefe do
escritório do Brasil na ONU. Mas, quando uma denúncia é peticionada em um órgão
multilateral, o correto é ir aonde ele funciona. Neste caso, como o
destinatário é o Comitê de Direitos Humanos da ONU, os parlamentares deveriam
ter apresentado o documento em Genebra, na Suíça, onde acontecem as sessões do
comitê, segundo advogados e membros do Itamaraty ouvidos pela coluna. As
informações são do Globo. Segundo o jornal
carioca, além de Girão, viajaram aos EUA para entregar tal documento os também
senadores Magno Malta (PL-ES) e Carlos Portinho (PL-RJ) e o deputado Marcel Van
Hattem (Novo-RS). Eles foram recepcionados pelo embaixador Sérgio França Danese,
mas foram informados que o órgão que cuida da área de direitos humanos na ONU
fica na Suíça, e não nos EUA. Os parlamentares brasileiros que assinaram o
documento pediram a soltura dos bolsonaristas presos pelos atos de 8 de janeiro
– a maioria já está em liberdade, com tornozeleira eletrônica e uma série de
restrições impostas pela Justiça – e exigem que a ONU cobre do governo
brasileiro uma indenização por danos morais e materiais, “em valor razoável”,
aos detidos, sob alegação de violação dos direitos humanos. No documento, os
parlamentares chamam os envolvidos na invasão e depredação de prédios públicos
de “presos políticos”.
(OTempo)
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