26 novembro 2021

Uns mais iguais que outros: Justiça trava pedido do ‘Estadão’ para ter acesso aos gastos de Bolsonaro com cartão corporativo

Uma ação que questiona a recusa do Palácio do Planalto em revelar os gastos presidenciais com o chamado cartão corporativo – impondo sigilo à informação – está há um ano e meio parada no Tribunal Regional Federal da 3ª Região. O pedido de transparência foi apresentado pelo Estadão, que cobra o direito de os jornalistas do veículo terem acesso à descrição de como o presidente Jair Bolsonaro faz uso dos recursos públicos para fins pessoais e organizacionais. O valor dos gastos é publicizado pelo Portal da Transparência, mas a explicação sobre os produtos e serviços comprados é omitida. Uma decisão do Supremo de novembro de 2019 derrubou o artigo do decreto militar que garantia pouca transparência às compras do presidente, mas mesmo assim o governo mantém os dados sob sigilo, ignorando a decisão judicial. O Estadão moveu a ação contra a União em maio de 2020 após diversas recusas da Secretaria-Geral da Presidência da República a detalhar os gastos de Bolsonaro. Somente nos quatro primeiros meses do ano passado, a fatura presidencial atingiu a marca de R$ 3,76 milhões, segundo informações do Portal da Transparência. O montante representa um aumento de 98% em relação à média dos últimos cinco anos no mesmo período. Neste ano, os gastos presidenciais já somam R$ 15,26 milhões. Apesar do interesse público em torno do caso, o desembargador federal Nery Junior, responsável pela ação, nem sequer apresentou o despacho inicial para deferir ou descartar o recurso apresentado pelo Estadão, em caráter de urgência, para ter acesso imediato aos gastos com cartão corporativo. O pedido do jornal segue, portanto, desde o dia 1º de junho de 2020 paralisado na terceira turma do TRF-3.


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