Este famoso, misterioso e controverso ponto
da anatomia feminina foi batizado de ponto de Gräfenberg, em referência ao
médico alemão Ernst Gräfenberg (1881-1957). E "G" é o que não falta
na história dele: iniciou os estudos em medicina em Göttingen, se enveredou
pela ginecologia e entrou nessa história de ponto G ao estudar a obra de
Reinier de Graaf (1641-1673). Ainda no século 17, o holandês investigou a
ejaculação feminina e descreveu uma zona erógena até então não documentada: um
ponto em que a uretra — canal que excreta a urina — está mais próximo da parede
vaginal. Gräfenberg se interessou sobre o papel da uretra no orgasmo feminino e
publicou a respeito. Nas palavras dele, a região, na parede frontal do canal
vaginal é "uma zona erótica primária, talvez mais importante que o
clitóris." Mas ninguém deu muita bola para isso à época. O ponto alto da
carreira de Gräfenberg foi descrever, em 1929, o DIU (dispositivo intrauterino
ou anel de Gräfenberg), método anticoncepcional utilizado até hoje. Embora não
tenha gozado pleno reconhecimento em vida, o alemão foi homenageado no início
dos anos 1980. Os autores do artigo "Female ejaculation: a case
study" ("Ejaculação feminina: um estudo de caso" em tradução
livre), publicado no Journal of Sex Research, foram os primeiros a grafar o
termo "ponto de Gräfenberg", que se popularizou como ponto G e é
chamado assim até hoje —embora haja estudiosos que questionem sua existência.
(Tiago Jokura/UOL)
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