O primeiro-ministro inglês Winston Churchill, um dos heróis que salvaram o mundo da dominação nazista na Segunda Guerra Mundial, dizia que “a Democracia é a pior forma de governo, exceto todas as outras”. Na minha opinião, essa frase de Churchill deveria ser um mantra para os brasileiros. Principalmente para aqueles das gerações que nasceram a partir dos anos 1980 e que não tiveram o dissabor de conviver com a ditadura.
Coisas que hoje são direitos básicos do cidadão – como falar o que se pensa e votar para escolher seu governante – eram proibidos, censurados; e quem ousasse fazer diferente podia ser preso, torturado, exilado e até morto, como muitos foram. Na semana passada, um manto de ameaças pairou sobre a infante e frágil Democracia brasileira, quando se usou o seu mais sagrado instrumento – o voto – para criar condicionantes (“se não tiver voto impresso, não tem eleição em 2022”) que colocam em cheque a liberdade de todos nós, o próprio regime democrático e a nossa Constituição.
Não vou entrar no mérito da ameaça, porque
ela me causa náusea e repugnância – sentimento, aliás, que vem sendo
compartilhado pela grande maioria dos brasileiros. Faço
parte de uma geração que lutou pela volta da Democracia. “Choramos muito,
muitos se perderam no caminho”, como disseram os mineiros Ronaldo Bastos e Beto
Guedes, lembrando dessa luta e da vitória que veio em janeiro de 1985, depois
de 20 anos de ditadura, com a escolha de um conterrâneo deles, Tancredo Neves,
para a Presidência da República, infelizmente ainda pelo voto indireto do
Congresso Nacional.
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