19 abril 2021

São Paulo: Mulheres que perderam emprego na pandemia recorrem à prostituição

Quando a miséria prevalece e o filho chora de fome, certos constrangimentos se dissolvem. Em São Paulo, tem mulher se deitando com desconhecido por R$ 50. A engrenagem da desgraça começa com comércio fechado pela pandemia, perda do emprego, dívidas e geladeira vazia. Aconteceu com uma vendedora de 21 anos que trabalhava numa loja do Brás, em que não vigorava a CLT. A moça sem direitos trabalhistas tinha um bebê com bronquite. O que ela não tinha era fralda e leite. A vendedora resistiu o quanto pôde, mas choro de filho dispara um alarme. Fazer programa não era indigno. Errado seria deixar o menino de seis meses passar necessidade. Foi com esse raciocínio que, em abril de 2020, "nasceu" Pâmela Cristina, nome de guerra escolhido pela prostituta de shorts jeans e camiseta branca que bate ponto na esquina da estação da Luz a partir das 10 horas da manhã. Pâmela entrou no submundo por meio de uma amiga de infância que cresceu com ela num bairro da zona leste de São Paulo. Com o apadrinhamento, garantiu um lugar na calçada sem hostilidades das demais garotas que trabalham na região. A pandemia impôs a Pâmela uma realidade em que a prostituição era a alternativa com menos efeitos colaterais. Ela só espera que não esteja contaminada pelo submundo a ponto de não querer voltar a ser vendedora. A preocupação existe, porque os rendimentos são bons e o asco ao ser tocada por estranhos desapareceu.


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