14 junho 2020

FAVELA CUIDA DA FAVELA: Paraisópolis tem médicos e ambulância próprios


"Meu número de telefone acabou se tornando o 192 da comunidade", diz a produtora Renata Alves, 39. Há dois meses, é ela quem recebe as chamadas de emergência em Paraisópolis, favela na zona sul da capital paulista. Ela nasceu lá e conhece todas as vielas. 192 é o número para chamar o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência). Mas como o Samu não acessa a região, a associação de moradores contratou, por conta própria, equipes médicas e veículos para resgatar pacientes que precisem de atendimento de urgência durante a pandemia do novo coronavírus. "Já teve dia com 30 atendimentos de ambulância, a maioria de covid-19. Na maioria dos casos, mandam mensagens por WhatsApp, eu falo com o morador, entendo o que está acontecendo e passo para o médico. O médico faz a avaliação e vai até a casa da pessoa", relata Renata. Esse serviço é parte de um plano de contingência próprio, elaborado pelo G10 das Favelas (bloco que reúne as dez favelas com maior poder econômico do país), para tentar controlar a disseminação do vírus na comunidade e oferecer assistência às famílias. O grupo montou um gabinete de crise, onde prepara e distribui marmitas e cestas básicas, produz e fornece máscaras de proteção, levanta doações para diaristas que ficaram sem renda e estabelece responsáveis por cuidar de cada uma das ruas de Paraisópolis. Tudo custeado por doações de empresas e pessoas físicas, em vaquinhas na internet.
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