25 novembro 2019

ERNESTO ARAÚJO: Deixar o Mercosul é uma possibilidade, diz chanceler


Uma sequência de tuítes de Paula Español, conselheira econômica do presidente eleito Alberto Fernández e cotada como futura secretária de Comércio Exterior da Argentina, deixou o chanceler brasileiro Ernesto Araújo ainda mais temeroso do que vem pela frente no Mercosul. Em postagens, Paula elogia o comércio administrado, remetendo às medidas protecionistas tomadas pelo governo de Cristina Kirchner (2007-2015). Diz que a inserção argentina no mundo deve ser feita sem dogmatismos, condena um suposto fetiche pela abertura comercial e critica o acordo União Europeia-Mercosul. Em outras postagens, comemora “Lula Livre” e lamenta “golpe de Estado” na Bolívia. Moral da história? Há duas dimensões paralelas, segundo o ministro das Relações Exteriores, na condução de governos esquerdistas na América do Sul: uma é a dimensão da economia fechada, protecionista, estatizante; outra é a dimensão bolivariana, de um eixo Havana-Caracas-Foro de São Paulo. “São dois braços do mesmo corpo, que pertencem à mesma cabeça”, afirma. Um dos cenários, admite, é a ruptura no Mercosul. Está longe de ser o plano A, aponta o ministro, “mas aparentemente há na Argentina uma visão profunda que vai contra os postulados básicos do Mercosul”. “Na nossa transição [de governo], no fim do ano passado, houve dúvidas sobre a utilidade do bloco. Apostamos no Mercosul e isso vinha dando certo com a Argentina do Macri”, afirmou Araújo. “Não podemos dizer que é um projeto inquestionável, que vai durar para sempre, aconteça o que acontecer. O Mercosul não é apenas um nome, uma bandeira hasteada. Se o projeto é desvirtuado, precisa ser repensado.”
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