25 setembro 2019

RELATÓRIO DO CIMI: Dobra o número de terras indígenas invadidas


No mesmo dia em que o presidente Jair Bolsonaro criticou a extensão das demarcações de terras indígenas, ao discursar pela primeira vez na abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) denunciou que dobrou, sob a gestão atual, o número de áreas indígenas invadidas no Brasil. Nos nove primeiros meses de 2019, 153 áreas foram invadidas em 19 Estados, enquanto em todo o ano de 2018 ocorreram invasões em 76 terras indígenas de 13 Estados, aponta o relatório Violência Contra os Povos Indígenas do Brasil. A entidade, vinculada à CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) da Igreja Católica, pondera que os dados deste ano são "parciais e preliminares", já que o relatório se aprofunda sobre as informações do ano passado, embora tenha adiantado algumas informações de 2019. Entretanto, demonstra preocupação com os registros coletados até o lançamento do documento. Na avaliação da entidade, o discurso de autoridades contra as demarcações das terras indígenas — uma marca forte do presidente Bolsonaro desde sua campanha eleitoral — impulsionam as invasões a estas áreas tradicionalmente ocupadas, especialmente na região da Amazônia. No ano passado, foram registrados 109 casos de invasão, exploração ilegal de recursos e danos ao patrimônio em 74 terras indígenas. “Os povos indígenas são, historicamente, vítimas do Estado brasileiro porque, através das instituições que representam e exercem os poderes político, administrativo, jurídico e legislativo, ele atua, quase sempre, tendo como referência interesses marcadamente econômicos", avalia Dom Roque Paloschi, presidente do Cimi.
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