31 julho 2019

FASCISMO CULTURAL: Bolsonaro vive alucinado nas trevas, afirma autor do impeachment de Dilma


Um dos autores do pedido de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), o jurista Miguel Reale Júnior não se arrepende da iniciativa que resultou no afastamento da petista em 2016, mas reconhece que os desdobramentos políticos dos últimos anos não tiraram o país da crise. Em sua opinião, o ex-presidente Michel Temer (MDB) se deixou dominar pela corrupção e o presidente Jair Bolsonaro (PSL) vive um "processo alucinatório" e coloca a democracia brasileira em risco. Para Reale Júnior, o governo Bolsonaro vem atacando "todas as classes que representam uma capacidade crítica". O jurista chama isto de "fascismo cultural". "O fascismo cultural corta pela rama toda a capacidade de pensamento, de crítica, de divergência. A diversidade desaparece. O lema é este: é proibido pensar, mas é permitido obedecer", afirma o jurista, que é professor titular de direito penal da Faculdade de Direito da USP (Universidade de São Paulo) e ocupou o cargo de ministro da Justiça durante o governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB).  “Como um deputado faz elogio ao torturador? No programa Roda Viva [da TV Cultura de São Paulo], perguntaram a ele qual era seu livro de cabeceira, e ele mencionou o livro do Ustra. Então, o habitat dele é este, o habitat horrendo do mundo das trevas, do mundo da morte, da tortura, da perseguição. É o universo dele. Ele não foge disso. É um universo muito pobre e muito restrito.
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