Já dizia Machado de Assis
que o acaso é um deus e um diabo ao mesmo tempo. Nada se encaixa melhor para o
dito do que a forma como o senador capixaba Magno Malta (PR) fecha 2018. Evangélico,
ex-pastor, eleito deputado estadual em 1998, logo na eleição seguinte embarcou
para Brasília como senador, reeleito em 2010 bradando que ‘Lula foi o melhor
governador que o Espírito Santo já teve’. Também em 2010 Lauriete Rodrigues,
cantora gospel capixaba casada com um pastor, se elegeu deputada federal. Ela
se separou do marido e reapareceu de mãos dadas com Magno Malta, com quem
casou, motivo de muito tititi entre os evangélicos. Em meados deste ano, Magno
Malta foi convidado por Bolsonaro, de quem tornou-se apoiador de primeira hora,
a ser o vice. Declinou. Ou melhor, não acreditou (na vitória de Bolsonaro).
Preferiu a reeleição para o Senado, se estrepou. Mais que isso, viu sair das
urnas como grande estrela na disputa do Senado Fabiano Cantarato (Rede) com 1,1
milhão de votos, quase o dobro dele, homossexual assumido. Por fim acabou
rifado por Bolsonaro, que indicou para o Ministério dos Direitos Humanos e da
Mulher a pastora Damares Alves, ex-assessora dele. Jornalistas capixabas dizem
que Malta entra no clima natalino operando um milagre: adversários ideológicos
dele que se declaravam ateus balançaram. Já não contestam se a justiça divina
existe.
(Por Levi Vasconcelos)
(Por Levi Vasconcelos)
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