A vitória de Jair Bolsonaro, na oitava
eleição presidencial direta depois da redemocratização, é o desfecho de uma
campanha intensa, com vários ingredientes de elevada combustão. Por isso mesmo,
foi um pleito que serviu para atestar a solidez do estado democrático de
direito. E consolidá-lo ainda mais.
O fato de um líder popular, Lula, estar encarcerado
por corrupção e lavagem de dinheiro, e ainda por cima ter estado à frente em
pesquisas eleitorais, colocou no centro dos debates políticos o Poder Judiciário.
O PT e advogados do ex-presidente exerceram pressão
máxima, de várias formas, para que o candidato Lula pudesse tentar despachar no
Planalto pela terceira vez e, como se esperava, leis foram respeitadas, norma
inegociável num país já com três décadas sob a mesma Constituição, a que
restabeleceu o regime democrático e respectivos direitos e liberdades.
A eleição de Bolsonaro, ex-capitão do Exército,
deputado federal com sete mandatos, abre um novo ciclo na democracia brasileira.
Pois segue-se um governo de direita assumida aos 13 anos de poder petista em
Brasília — antecedidos por oito em que o PSDB, legenda de origem
social-democrata, ocupou o Planalto.
(Trechos do Editorial de "O Globo")
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