Um memorando enviado pelo diretor da CIA (Agência
Central de Inteligência dos EUA), William Egan Colby, ao secretário de Estado
norte-americano, Henry Kissinger, em 1974, relata autorização do então
presidente brasileiro, Ernesto Geisel (1974-1979), para execuções sumárias de
"subversivos". O assunto do memorando é: "decisão do presidente
do Brasil, Ernesto Geisel, de continuar a execução sumária de subversivos
perigosos sob certas condições". Colby relata uma reunião entre Geisel e
os generais Milton Tavares de Souza e Confúcio Danton de Paula Avelino. O
primeiro deixava a chefia do CIE (Centro de Inteligência do Exército), que
seria assumida pelo segundo. Também estava presidente o general João Baptista
Figueiredo, então chefe do SNI (Serviço Nacional de Inteligência) e que viria a
ser sucessor de Giesel. O encontro ocorreu em 30 de março de 1974. Segundo
o memorando, Milton fez um balanço das ações do CIE durante a gestão do
ex-presidente Médici. "Ele [Milton] enfatizou que o Brasil não pode
ignorar a ameaça subversiva e terrorista e disse que métodos extra-legais devem
continuar a ser empregados contra subversivos perigosos. A este respeito, o
general Milton disse que cerca de 104 pessoas nesta categoria foram
sumariamente executadas pelo CIE durante o ano passado [1973]. Figueiredo
apoiou essa política e insistiu em sua continuidade", diz o documento. Geisel
teria pedido um tempo para pensar sobre a continuidade da política, mas dois
dias depois deu sinal verde a Figueiredo com a observação de que "apenas
subversivos perigosos fossem executados". "De
tudo o que já vi, é a evidência mais direta do envolvimento da cúpula do regime
(Médici, Geisel e Figueiredo) com a política de assassinatos. Colegas que sabem
mais do que eu sobre o tema, é isso? E a pergunta que fica: quem era o
informante da CIA?", questiona o professor de Relações Internacionais da
FGV, Matias Spektor. "Este é o documento secreto mais perturbador que já
li em vinte anos de pesquisa."
11 maio 2018
Reginaldo Monteiro
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