A não ser que ocorra algum fato negativamente grave, não há como avaliar uma nova administração municipal nos seus primeiros movimentos. Há e sempre haverá reclamação - justa ou não – aqui e acolá. Algumas delas podem surgir de opositores ou até de mal informados, ou de quem vise o interesse próprio e para isso formula críticas muitas vezes infundadas.
A administração não deve ser boa somente pelo fato de ter beneficiado alguém de alguma forma, ou ruim porque fez o contrário. O papel dela é mesmo administrar para todos, sem tentar agradar apenas a gregos ou a troianos. Partindo do pressuposto de que administrar é contrariar interesses, é lógico que nem todos ficarão satisfeitos.
A boa administração é aquela que está a serviço do município, conhece as necessidades da comunidade e resolve seus problemas. Não só administra com dedicação e seriedade, mas também presta contas de seu trabalho.
Espera-se do gestor fidelidade ao seu povo - expressa no cumprimento de seu programa de governo -, capacidade administrativa, liderança política, equilíbrio no enfrentamento de crises, postura de diálogo aliada à capacidade de decisão no tempo oportuno, paciência e disponibilidade para ouvir, tolerância quanto à diversidade de estilo das pessoas com quem trabalha, hábito de atuar com planejamento e em equipe, e coragem de dizer não, quando necessário.
Por último, o bom gestor deve ter as qualidades necessárias para uma vida política sadia e honesta, com transparência nas atividades públicas, separação completa entre os recursos públicos e seus interesses pessoais, dos amigos, de empresas e de partidos políticos. Por fim, espera-se que seja competente na arrecadação de recursos para dar conta das demandas populares.
O poder municipal é o que está mais próximo do contato direto com o povo e o primeiro a ser questionado. Para muitos, o gestor local é mais importante do que o presidente da República, pois é quem pode resolver o seu problema imediato sem utopias nem demagogias, que certamente seriam cobradas mais tarde.