O senador Aécio (PSDB-MG) Neves prestou
depoimento à Polícia Federal no âmbito do inquérito no qual é suspeito de
"maquiar" dados da CPI dos Correios, em 2005, e esconder uma suposta
relação entre o Banco Rural e o chamado mensalão mineiro. Na época, Aécio era
governador de Minas Gerais. Também são investigados Clésio Andrade, que era
vice-governador do tucano, e o atual prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), que
era filiado ao PSDB. Segundo o delator e ex-senador Delcídio Amaral, em
2005, durante a CPMI dos Correios, criada para investigar denúncias do
mensalão, o tucano "enviou emissários" para barrar quebras de sigilo
de pessoas e empresas investigadas, entre elas o Banco Rural. Um dos
emissários, segundo Delcídio, era Eduardo Paes, então secretário-geral do PSDB.
O relatório da CPMI, disse o delator, foi aprovado com "dados
maquiados" e que Paes e o deputado Carlos Sampaio também tinha
conhecimento dos fatos. Carlos Sampaio foi excluído da investigação. "Outros
parlamentares também sabiam que esses dados estavam maquiados, podendo citar os
deputados Carlos Sampaio e Eduardo Paes, já mencionado, dentre outros que não
se recorda. Esses fatos ocorreram em 2005/2006. Esse tema foi tratado com Aécio
Neves em Belo Horizonte, no palácio do governo", afirma um trecho da
delação de Delcídio. Aécio também é alvo de outra investigação sobre
desvios praticados em Furnas. Os dois pedidos que deram origem aos inquéritos
foram feitos pela Procuradoria-Geral da República a partir da delação premiada
do ex-senador Delcídio Amaral. No
caso de Furnas, o tucano é investigado por suposto recebimento de propina de
empresas terceirizadas que mantinham contrato com a estatal.
(Band)