Depois de quase dois anos paralisada pela queda no nível do Rio
Tietê, afetado pela estiagem, a Hidrovia Tietê-Paraná bateu este ano o recorde
em volume de cargas transportadas em seu curso. De 27 de janeiro, quando a
hidrovia voltou a operar, até o mês de novembro, foram transportados 7,56
milhões de toneladas entre a cidade de São Simão, em Goiás, e o interior
paulista, segundo o Departamento Hidroviário do Estado de São Paulo (DH). O
maior volume anterior havia sido transportado em 2013, quando as barcaças
carregaram 6,3 milhões de toneladas. Animado, o setor volta a receber
investimentos. O transporte na hidrovia ficou parado de maio de 2014 até
janeiro deste ano. Com a crise hídrica, o nível do reservatório de Três Irmãos
e da eclusa de Nova Avanhandava, no Tietê, baixou ao ponto de impedir
totalmente a navegação. As barcaças carregadas com soja, milho, celulose e
madeira que saíam de São Simão e Três Lagoas (MS) não conseguiam passar o
trecho mais atingido pela estiagem. Também foi prejudicada a movimentação de
cargas de cana-de-açúcar e areia no trecho paulista. Naquele ano, o volume
transportado caiu para 4,6 milhões de toneladas. Em 2015, com a hidrovia
interrompida, o volume foi de 4,5 milhões. O prejuízo causado pela paralisação
da navegação foi estimado em R$ 200 milhões. Com o retorno dos comboios, os
estaleiros também voltaram a receber encomendas de barcaças, segundo o
Sindicato dos Armadores de Navegação Fluvial do Estado de São Paulo (Sindasp).
De cerca de mil funcionários demitidos durante a suspensão do transporte, em
torno de 500 já foram ou estão sendo recontratados.
(JCnet)