20 outubro 2016

PRISÃO DE CUNHA: Temer e PMDB não devem sair ilesos

O governo do presidente Michel Temer e o PMDB, seu partido, devem ser diretamente afetados pela prisão em caráter preventivo do ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ocorrida nesta quarta-feira (19). A opinião é de Roberto Romano, cientista político e professor do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp. Segundo ele, "o governo Temer, que já é bastante frágil, não tende a sair ileso de tudo isso. Dependendo dos próximos capítulos da Operação Lava Jato, pode ter grandes problemas para conseguir colocar em prática as suas reformas e planos de governo." Romano vê fragilidades no atual governo federal por um conjunto de motivos. "Primeiro, por se tratar de um governo de transição. Segundo, por ter ministros sem gabarito para a função" ou citados nas investigações da Polícia Federal. Por fim, devido a Temer não possuir o carisma de ex-presidentes como Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva, bem como destreza para a liderança." Aldo Fornazieri, professor da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (Fespsp), também concorda que a situação do governo é delicada e antecipa um possível "novo período de desestabilização política", especialmente no caso de uma eventual delação premiada. "Ele [Cunha] já sinalizou que o impeachment foi um golpe, falou sobre o repasse de R$ 5 milhões para Temer, entre outras coisas. Ele andou dizendo, mas não confirmou. Agora, se ele confirmar, isso se agrava para o Temer", afirma Fornazieri. O professor da Fespsp acredita que, se Cunha fizer revelações, Temer provavelmente será afetado. A condição política do presidente deve se tornar mais instável do que se tornou a da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) nos meses que antecederam seu impeachment, efetivado em 31 de agosto.
(Bol)
Compartilhar:

Outras postagens

Copyright © 2025 Blog do Monteiro | Powered by Blogger
Design by SimpleWpThemes | Blogger Theme by NewBloggerThemes.com