05 outubro 2016

NARCOTRÁFICO: Delegados de SP são condenados a 9 anos por extorsão

O Tribunal de Justiça de São Paulo condenou a até nove anos de prisão sete policiais civis -dois deles delegados- acusados de extorquir pessoas ligadas ao narcotraficante internacional Juan Carlos Abadía. Os policiais foram absolvidos em primeira instância, por suposta falta de provas, mas os desembargadores da 11ª Câmara Criminal reformaram a sentença para condená-los e determinar a prisão imediata de todos. "Com efeito, merece reparo a sentença recorrida, uma vez que a prova carreada aos autos mostra-se firme o suficiente a embasar a prática do crime de extorsão qualificada e formação de quadrilha parte dos acusados", diz um trecho da sentença assinada pela relatora Ivana David. As ordem de prisão ainda não foram cumpridas porque a condenação se deu no período em que detenções são vetadas pela Justiça eleitoral (28 de setembro a 4 de outubro). A partir desta quarta (5), porém, todos eles podem ser presos e levados ao presídio. A decisão foi revelada pelo jornal "O Estado de S. Paulo". Estão na lista dos condenados o delegado Pedro Luiz Pórrio que, na época, chefiava uma das delegacias do Denarc, responsável pelo combate ao tráfico de drogas. Pórrio foi preso em 2007, suspeito de outras extorsões praticadas contra Abadía e pessoas da confiança do traficante. Parte das suspeitas surgiu durante uma investigação da Polícia Federal contra o colombiano. Ao ser preso, Abadía apontou uma série de ações de policiais paulistas que o acharcavam. No caso julgado, os policiais foram condenados sob a acusação de terem extorquido um funcionário de Abadía em 2006. O homem teria sido obrigado a vender uma caminhonete que possuía e dar metade do dinheiro aos policiais para se livrar de ameaças de prisão. Durante a venda do veículo, o suposto braço direito de Abadía passou a ser extorquido por policiais do Detran (Departamento Estadual de Trânsito) que, sob o comando do delegado Elmo Vieira Ferreira, exigiram dinheiro para liberar a venda da caminhonete mesmo com problemas em na documentação do veículo. A pena dos policiais foi fixada em nove anos e seis de reclusão em regime fechado. A sentença inclui formação de quadrilha. O advogado dois delegados, Daniel Bialski (Pórrio) e João Manssur (Ferreira), afirmaram que vão recorrer da decisão por considerá-la uma afronta às provas dos autos porque as supostas vítimas negaram em juízo as extorsões.
Compartilhar:

Outras postagens

Copyright © 2025 Blog do Monteiro | Powered by Blogger
Design by SimpleWpThemes | Blogger Theme by NewBloggerThemes.com