O Tribunal de Justiça de São Paulo
condenou a até nove anos de prisão sete policiais civis -dois deles delegados-
acusados de extorquir pessoas ligadas ao narcotraficante internacional Juan
Carlos Abadía. Os policiais foram absolvidos em primeira instância, por suposta
falta de provas, mas os desembargadores da 11ª Câmara Criminal reformaram a
sentença para condená-los e determinar a prisão imediata de todos. "Com
efeito, merece reparo a sentença recorrida, uma vez que a prova carreada aos
autos mostra-se firme o suficiente a embasar a prática do crime de extorsão
qualificada e formação de quadrilha parte dos acusados", diz um trecho da
sentença assinada pela relatora Ivana David. As ordem de prisão ainda não foram
cumpridas porque a condenação se deu no período em que detenções são vetadas
pela Justiça eleitoral (28 de setembro a 4 de outubro). A partir desta quarta
(5), porém, todos eles podem ser presos e levados ao presídio. A decisão foi
revelada pelo jornal "O Estado de S. Paulo". Estão na lista dos
condenados o delegado Pedro Luiz Pórrio que, na época, chefiava uma das
delegacias do Denarc, responsável pelo combate ao tráfico de drogas. Pórrio foi
preso em 2007, suspeito de outras extorsões praticadas contra Abadía e pessoas
da confiança do traficante. Parte das suspeitas surgiu durante uma investigação
da Polícia Federal contra o colombiano. Ao ser preso, Abadía apontou uma série
de ações de policiais paulistas que o acharcavam. No caso julgado, os policiais
foram condenados sob a acusação de terem extorquido um funcionário de Abadía em
2006. O homem teria sido obrigado a vender uma caminhonete que possuía e dar
metade do dinheiro aos policiais para se livrar de ameaças de prisão. Durante a
venda do veículo, o suposto braço direito de Abadía passou a ser extorquido por
policiais do Detran (Departamento Estadual de Trânsito) que, sob o comando do
delegado Elmo Vieira Ferreira, exigiram dinheiro para liberar a venda da
caminhonete mesmo com problemas em na documentação do veículo. A pena dos
policiais foi fixada em nove anos e seis de reclusão em regime fechado. A
sentença inclui formação de quadrilha. O advogado dois delegados, Daniel
Bialski (Pórrio) e João Manssur (Ferreira), afirmaram que vão recorrer da
decisão por considerá-la uma afronta às provas dos autos porque as supostas
vítimas negaram em juízo as extorsões.
Reginaldo Monteiro

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