A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
(CNBB) publicou em seu site uma nota criticando a Proposta de Emenda à
Constituição (PEC) 241, que limita o crescimento dos gastos públicos à inflação
do ano anterior pelas próximas duas décadas. Segundo a CNBB, a
iniciativa, que aguarda votação do Senado, é "injusta e seletiva".
"Ela elege, para pagar a conta do descontrole dos gastos, os trabalhadores
e os pobres, ou seja, aqueles que mais precisam do Estado para que seus direitos
constitucionais sejam garantidos", diz o comunicado. Além disso, a
conferência afirma que a PEC beneficia os detentores do capital financeiro ao
não estabelecer teto para o pagamento de juros, não taxar grandes fortunas e
não propor uma auditoria da dívida pública. "A PEC 241
supervaloriza o mercado em detrimento do Estado", acrescenta a nota. A
CNBB também ressalta que é possível "reverter" o caminho de aprovação
da proposta, que "precisa ser debatida de forma ampla e democrática".
O documento é assinado pelo arcebispo de Brasília, dom Sergio da Rocha, pelo
arcebispo de Salvador, dom Murilo Krieger, e pelo bispo auxiliar de Brasília e
secretário-geral da CNBB, dom Leonardo Ulrich Steiner.
(Band)