O plenário do Senado decidiu na madrugada desta
quarta-feira (10) dar continuidade ao impeachment da presidente afastada Dilma
Rousseff. Por 59 votos a favor e 21 contra, a Casa aprovou parecer da Comissão
Especial de Impeachment, tornando-a, com isso, ré no processo. A decisão abre
caminho para que ela seja julgada por crime de responsabilidade. A
definição se deu após quase 16 horas de sessão, na qual 48 senadores
discursaram. O número de congressistas que votaram contra Dilma foi maior que o
necessário para aprovar o afastamento definitivo dela - são necessários no
mínimo 54 na fase final. Não houve abstenção. Os senadores vão agora
votar separadamente, em destaques, se aceitam, uma a uma, três das quatro
acusações apresentadas no relatório da comissão contra a presidente afastada.
Isso significa que, apesar de já ter dado prosseguimento ao processo, parte das
irregularidades atribuídas à petista pode ainda ser retirada do texto, o que,
no entanto, é improvável. A sessão final do impeachment poderá ocorrer
já a partir de 25 de agosto, uma quinta-feira, e não do dia 29, a segunda-feira
seguinte, data tida inicialmente como mais provável. A acusação pretende
antecipar a entrega de suas alegações finais, numa estratégia para que os
prazos processuais corram mais rapidamente. A
base de apoio ao presidente interino, Michel Temer, trabalha para que o
julgamento comece dia 25 para que o afastamento definitivo se dê ainda este
mês. A previsão é de que essa etapa dure uma semana. O presidente do Supremo
Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, que conduz o julgamento, concorda
com a data, desde que nenhum prazo definido em lei seja atropelado.
(Band)