10 julho 2016

Pelo WhatsApp, Cunha opera para influenciar seu sucessor

Após oficializar sua renúncia ao cargo de presidente da Câmara, o deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) recomeçou estratégias para influenciar na eleição de seu sucessor. Em troca de mensagens em aplicativo WhatsApp com deputados do PMDB, fez recomendações, traçou cenários e até alertou para o risco de a permanência do interino Waldir Maranhão (PR-MA) dificultar a vida do presidente interino Michel Temer, com o encaminhamento do processo de impeachment contra ele, em andamento na Casa. As informações são do jornal “O Globo”. Cunha é um dos que defendem que o PMDB não indique candidato para sua sucessão e apoie um nome do chamado centrão, grupo de partidos médios, como PP, PSD e PSC, sobre o qual ainda exerce influência política. No PMDB, entre os vários nomes cogitados, o único que já confirmou candidatura foi o ex-ministro da Saúde do governo Dilma, Marcelo Castro (PI), um desafeto do ex-presidente da Câmara. A discussão no grupo de conversa do PMDB, segundo alguns deputados, começou após Cunha enviar uma mensagem sobre o risco que Temer corre de sofrer um “golpe” orquestrado por Maranhão para acelerar o processo de impeachment contra o presidente interino, em curso na Câmara. De acordo com a mensagem de Cunha, a saída para evitar a artimanha de Maranhão seria marcar a eleição do novo presidente já para o início desta semana. “Marcar segunda não é ruim, porque obriga a resolver”, escreveu Cunha, alertando os correligionários para o risco de retardar a data: “Perde-se mais uma semana, a última, e dá margem ao golpe que querem fazer de aceitar o impeachment de Michel”.
(IG)
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