A denúncia oferecida pelo
Ministério Público Federal contra o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, e outras nove pessoas suspeitas de estarem
envolvidas no esquema de corrupção no Conselho Administrativo de Recursos
Fiscais (Carf) foi aceita pelo juiz da 10ª Vara da Justiça Federal, em
Brasília, Vallisney de Souza Oliveira. Dessa forma, Trabuco e os outros
denunciados tornaram-se réus na ação penal sobre o caso, que é investigado na Operação Zelotes. Suspeita-se que os executivos do Bradesco
tenham negociado com um grupo que comprava decisões no Carf,
que atua como um tribunal que avalia débitos de grandes contribuintes com a
Receita Federal. O diretor vice-presidente do Bradesco, Domingos Figueiredo de
Abreu e o diretor de Relação com Investidores, Luiz Carlos Angelotti,
também se tornam reús na ação penal, assim como Mário da Silveira Teixeira
Júnior, ligado ao Conselho de Administração do banco. As investigações
apontaram que o grupo suspeito de fazer parte do esquema de corrupção com
os integrantes do Carf conversou com executivos do Bradesco sobre um
“contrato” para anular um débito de R$ 3 bilhões com a Receita Federal. Em nota
divulgada em maio, após o indiciamento de Trabuco
e outros diretores, o banco negou "ter contratado serviço
de lobistas no Carf" e afirmou que "Trabuco não participou de
qualquer reunião com o grupo citado”. O Bradesco também se manifestou
sobre a aceitação da denúncia do Ministério Público Federal anunciada nesta
quinta-feira. “O Bradesco reitera sua convicção de que nenhuma ilegalidade
foi praticada por seus representantes e, em respeito ao rito processual,
apresentará oportunamente seus argumentos ao Poder Judiciário.”
(IG)