A assessoria de imprensa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
afirmou nesta quinta-feira (28) que os advogados do petista protocolaram nesta
quinta-feira (28) uma petição ao Comitê de Direitos Humanos da Organização das
Nações Unidas (ONU) na qual denunciam uma suposta "falta de
imparcialidade" e "abuso de poder" do juiz federal Sérgio Moro e
dos procuradores da Operação Lava Jato. No documento, o advogado Cristiano
Zanin, que defende Lula, e o advogado australiano Geoffrey Robertson, ex-juiz
da corte de apelações da ONU, afirmam que o juiz e os procuradores da Lava Jato
cometeram "abuso de poder" contra Lula e violaram a Convenção
Internacional de Direitos Políticos e Civis. Na ação apresentada ao Comitê de
Direitos Humanos da ONU, a defesa de Lula aponta quatro pontos que, na visão
deles, seriam violações e abusos de Moro e dos procuradores da Lava Jato: Condução
coercitiva para depoimento de Lula à Polícia Federal em 4 de março de 2016.
Segundo a defesa do ex-presidente, o ato está fora do previsto na legislação
brasileira; Vazamento de dados confidenciais de Lula e das investigações para a
imprensa; Divulgação de gravações telefônicas de Lula, como a que ele conversa
com a presidente afastada Dilma Rousseff. Os advogados afirmam que os áudios
foram obtidos de forma ilegal; Uso de recurso de prisões temporárias e
preventivas na Lava Jato, considerados pela defesa “abusivos”, para obtenção de
acordos de delação premiada. De acordo com os advogados, Lula não se opõe a ser
investigado, mas busca "justiça com a devida imparcialidade", e que
as autoridades brasileiras obedeçam o que diz a lei no curso das investigações
e processos. Eles afirmam que Moro, "por sua evidente falta de
imparcialidade", e por já ter cometido "uma série de ações ilegais
contra Lula", perdeu "de forma irreparável" as condições julgar
o caso.
(G1)