A Odebrecht, maior
empreiteira do país, saiu na frente da concorrente OAS e está prestes a fechar
o acordo de delação premiada de seus executivos, entre eles o ex-presidente
Marcelo Odebrecht, com o Ministério Público Federal. A assinatura do acordo,
porém, depende de acertos finais, entre eles que a Odebrecht recupere e
apresente arquivos digitais da empresa contendo provas do pagamento de propina
a políticos e autoridades. A empresa informou aos procuradores da força-tarefa
da Operação Lava-Jato que está avançando bem no processo de recuperação dos
arquivos digitais, que pertenciam ao chamado Setor de Operações Estruturadas.
Pelas investigações, esse setor funcionava como uma espécie de departamento
exclusivo de pagamento de propina, atendendo a pedidos de outras áreas da
empresa. Os investigadores chegaram a achar que os dados do Setor de Operações
Estruturadas haviam sido apagados dos computadores pela Odebrecht no ano
passado, após a prisão de Marcelo Odebrecht. Contudo, o depoimento do técnico
de informática Camilo Gornati, responsável pela manutenção do programa de
controle de pagamentos de propina, revelou a existência de um servidor reserva
na Suíça onde estão armazenados todos os detalhes de transações ilícitas. O
sistema funcionou ativamente até o fim de maio de 2016.
(O Globo)