O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva rebateu,
nesta quinta-feira, 14, o posicionamento do juiz Sérgio Moro sobre a legalidade
das interceptações telefônicas envolvendo o petista em conversas com
parlamentares e outras autoridades com foro privilegiado. Os advogados de
Lula sustentam que o juiz usurpou da competência do Supremo Tribunal Federal
(STF) ao autorizar a gravação dos diálogos. Os advogados do ex-presidente
afirmam que o ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no STF, não
analisou a suposta usurpação de competência de Moro em relação aos áudios em
que Lula aparece conversando com Jaques Wagner e Edinho Silva, que na época
eram ministros, e com o senador petista Lindbergh Farias (RJ). "Ao
contrário do que argumentou o Juiz Moro, esses atos de usurpação de competência
não foram analisados pelo STF", escrevem os advogados. Teori chegou a
determinar que o material fosse remetido à Corte, mas devolveu as gravações a
Moro após anular apenas um dos diálogos - o que envolvia a presidente afastada
Dilma Rousseff. Segundo a defesa de Lula, o juiz da Lava Jato em Curitiba
descumpriu a lei em três ocasiões: ao não enviar o material ao STF quando foram
identificadas autoridades nas conversas, ao fazer juízo de valor sobre os diálogos,
tirando o sigilo das gravações, e ao autorizar o uso do material nas
investigações que tramitam contra Lula na primeira instância.
(Bol)