O
presidente do DEM, o senador José Agripino Maia (RN), é suspeito de ter
realizado lavagem de dinheiro no valor de R$ 15,9 milhões entre dezembro de
2011 e novembro de 2014. A movimentação teria sido feita através de operações
suspeitas que envolveram parentes e assessores do senador, assim como empresas
ligadas ao político. A informação, publicada pelo jornal “O Globo” ontem,
consta em um relatório do Conselho de Controle de Atividades financeiras (Coaf)
e faz parte do inquérito aberto no Supremo Tribunal Federal (STF) para
investigar o parlamentar. Agripino é suspeito de ter recebido propina da
empreiteira OAS, uma das empresas que são alvo da operação Lava Jato. Em troca
do dinheiro, Agripino teria ajudado a OAS a conseguir recursos financeiros do
BNDS para financiar a construção do estádio Arena das Dunas, em Natal, no Rio
Grande do Norte, construído para a Copa do Mundo de 2014. Segundo o jornal “O
Globo”, o parecer da Polícia Federal inserido no inquérito mostra que a movimentação
suspeita foi feita “exatamente em épocas de campanhas eleitorais (2010 e 2014),
e podem ter-se constituído em forma dissimulada de repasse de propina”. Ainda
de acordo com a PF, o que foi apurado até agora traz “reluzentes indícios de
que, de fato, as obras referentes à Arena das Dunas, em Natal, entre 2011 e
2014, passaram por diversos entraves perante os órgãos de controle e o próprio
banco público financiador do empreendimento, o que corrobora a suspeita de que
José Agripino Maia efetivamente atuou com a finalidade de auxiliar a empresa,
destinatária do financiamento, na superação dessas dificuldades”. A
investigação também concluiu que o doleiro Alberto Youssef e os operadores
Rafael Angulo Lopez e Adarico Negromonte Filho visitaram Natal entre 2011 e
2014 para abastecer financeiramente a OAS mais de uma vez.
(O Tempo)