12 junho 2016

Diagnóstico de câncer melhora relação entre mães e filhos

A relação entre uma mãe com câncer de mama e seu filho não é prejudicada após o diagnóstico e o pai torna-se mais ativo na educação dos filhos, concluiu um estudo realizado. 'Vivência do câncer de mama na relação mãe e filhos e no exercício do papel parental' é o nome do estudo científico realizado na Universidade do Porto (UP) com 17 famílias portuguesas, no qual se concluiu que a relação parental "muda, a longo prazo, quando há câncer da mama nas mães", mas muda para melhor. Segundo Rita Tavares, psicóloga e autora do estudo da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da UP, foram entrevistadas mães com câncer de mama diagnosticado há três anos e outras que receberam o diagnóstico há 13 anos. O que se verificou é que a notícia da doença foi um "acontecimento marcante". Mas quando é ultrapassado, e as mães se conseguem distanciar, conseguem ver que aquela "vivência fez com que a relação mães e filhos melhorasse". As mães passam, por exemplo, a ficar mais disponíveis para os seus filhos, porque como estão em tratamento acabam por ficar desempregadas ou estão de licença médica. Há outras mães que tentam ainda manter ao máximo as rotinas, mesmo que isso as prejudique, como por exemplo ir levar os filhos à escola, o que envolve um grande esforço. Em algumas famílias, as crianças foram envolvidas no processo da própria doença, como por exemplo, fazerem os curativos das mães ou um caso em que uma mãe deixou que o filho se envolvesse quando teve de raspar o cabelo. No estudo qualitativo verificou-se também que na maioria das famílias, o pai, que não tem câncer, passa a ser "mais ativo na educação dos filhos do que era anteriormente", avançou Rita Tavares, contudo não se podem generalizar estes comportamentos parentais, porque a amostra é reduzida.
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