A hora de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) perder o
mandato parece estar realmente chegando, e, com isso, os aliados já começaram a
debandar. Após a inesperada derrota no Conselho de Ética da Casa, o presidente
afastado da Câmara começa a perceber que seu poder está se diluindo aos poucos.
Ontem, por exemplo, ele recebeu duas sinalizações de que não escapará de ser
expulso do Parlamento. Primeiro, Cunha recebeu a notícia de que o presidente da
Casa, Waldir Maranhão (PP-MA), retirou a consulta feita à Comissão de
Constituição e Justiça (CCJ) que poderia livrar o peemedebista da cassação. Na
consulta, Maranhão questionava genericamente sobre ritos de processo de quebra
de decoro parlamentar na Câmara. Entre outras coisas, a discussão poderia abrir
uma oportunidade de uma punição a Cunha menor do que aquela definida pelo
Conselho de Ética. Com a retirada, a CCJ não vai mais se manifestar sobre o
tema, que deixou de tramitar. Ontem, porém, em ofício enviado à comissão,
Maranhão argumentou que, em processo político-disciplinar, o que deve ser
submetido ao plenário é o parecer, e não um projeto. Ele explica que chegaram a
seu conhecimento duas situações em anos anteriores em que a CCJ já havia se
manifestado sobre o envio de um projeto ao plenário para substituir um parecer.
A primeira consulta, segundo Maranhão, foi em 1991, e a segunda, em 2005.
(IG)