Por
meio do colunista Merval Pereira, principal porta-voz dos interesses da família
Marinho, o grupo Globo denunciou como "golpe" a proposta de novas
eleições apresentada pela Folha no último domingo no editorial "Nem Dilma
nem Temer". ‘Não passa de um golpe, esse, sim, significando uma ruptura
institucional, como bem definiu o novo presidente do PDMB, senador Romero Jucá.
Junte-se essa proposta esdrúxula com a decisão do ministro do Supremo Marco
Aurélio Mello de determinar que a Câmara aceite pedido de impeachment contra
Temer feito por um advogado, e teremos uma visão completa do caos institucional
em que estamos mergulhados’, escreveu Merval. A posição da Folha atende aos
interesses de Marina Silva, da Rede Sustentabilidade, que também pede novas
eleições, enquanto a Globo está fechada com o vice Michel Temer, que também tem
apoio de tucanos como Aécio Neves. A verdade, no entanto, é que tanto as saídas
defendidas pela Globo como pela Folha são golpistas. O único caminho
democrático é o respeito à soberania popular e à Constituição, que não prevê a
possibilidade de impeachment sem crime de responsabilidade.
(Brasil247)