O
delegado da Polícia Federal, Luciano Flores de Lima, entregou neste domingo (6)
ao juiz federal Sérgio Moro, um relatório sobre a 24ª fase da Operação Lava
Jato, batizada de Operação Aletheia. No relatório, o delegado descreve a ação
de condução coercitiva do ex-presidente Lula, que ocorreu na sexta-feira (4).
No documento, ele relata que Lula disse que só sairia de casa algemado. "Às
6:00 do dia 4 de março de 2016 a equipe chefiada por este subscritor bateu à
porta da residência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que foi aberta
pelo próprio. De pronto damos ciência de que estamos de posse de mandado de
busca e apreensão para cumprir naquela residência, sendo autorizada a entrada
de todos em seu apartamento". Ele descreve que ao informar o
ex-presidente que eles deveriam sair o mais rápido possível para colher suas
declarações antes que as equipes de imprensa ou curiosos chegassem, Lula
reagiu. "Naquele momento, foi dito por ele que não sairia daquele local, a
menos que fosse algemado. Disse ainda que se eu quisesse colher as declarações
dele, teria de ser ali." Após ser comunicado pelo delegado que não seria
possível colher o depoimento em seu apartamento e que caso se recusasse a acompanhar
os agentes até o Aeroporto de Congonhas, seria cumprido o mandado de condução
coercitiva, Lula telefonou para seu amigo e advogado, Roberto Teixeira. Após
ser instruído por Teixeira, Lula avisou que trocaria de roupa e acompanharia os
agentes para prestar as declarações. O delegado relatou que, de acordo
com a ordem de Sérgio Moro, Lula não seria filmado. "Às 6h e 30min saímos
da garagem subterrânea do prédio do ex-presidente Lula em uma viatura discreta,
com películas escuras nos vidros laterais, pedindo a ele que se mantivesse em
posição atrás do motorista e sem aparecer entre os bancos, pois assim impediria
que qualquer pessoa que estivesse na rua conseguisse captar sua imagem".
(Band)