Dois dias após as manifestações contra o governo de Dilma Rousseff
tomarem a Avenida Paulista, milhares de pessoas estão ocupando a via nesta
sexta-feira (18) para protestar contra o impeachment da presidente. Movimentos
sociais, a CUT e a UNE convocaram os protestos em todas as capitais federais
nesta tarde, com manifestantes favoráveis ao governo. Em Fortaleza (CE),
Aracaju (SE), Porto Alegre (RS), Natal (RN), Salvador (BA), São Paulo (SP),
Brasília e Rio de Janeiro (RJ), entre outras cidades, já estão acontecendo
protestos com gritos de "Não vai ter golpe" e faixas "Em defesa
da democracia". Havia temores, até mesmo entre
autoridades, que houvesse confrontos com manifestantes pró-impeachment, após
casos de agressões terem sido registrados na Paulista nos dias
anteriores. Os temores diminuíram após a retirada, pela PM, na manhã desta
sexta, dos manifestantes pró-impeachment que acampavam na via. Nesta sexta, um
grupo de policiais militares fez um cordão de isolamento em frente à Fiesp –
ponto central dos protestos antigoverno dos dias anteriores – após um início de
briga no local. O líder do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) – um dos
movimentos sociais que convocaram a manifestação – disse que não temia
confrontos no ato desta sexta. “Nós sabemos conviver com essa turma e respeitamos
opiniões diferentes. Mas nós não temos sangue de barata e não vamos temer
agressão. Agora, se quiserem fazer o que tem feito com pessoas isoladas, eu não
recomendaria”, afirmou Guilherme Boulos à BBC Brasil, em entrevista na
quinta-feira (18).
(IG)