15 fevereiro 2016

Municípios paulistas trocam livro federal por apostilas privadas

Quase um terço dos municípios de São Paulo trocou os livros didáticos distribuídos pelo governo federal pelos modelos apostilados dos sistemas de ensino privado. Um estudo feito pela ONG Ação Educativa e pelo Grupo de Estudos e Pesquisas em Políticas Educacionais (Greppe) identificou que, em 2013, 339 municípios brasileiros adotaram esses sistemas - 159 deles em São Paulo. Em 2015, o número no Estado subiu para 182 das 645 cidades paulistas. Além do material usado em sala, os sistemas oferecem serviços como assessoria pedagógica, capacitação dos professores e avaliações externas. O apoio técnico e a utilização desses sistemas por escolas particulares são apontados por esses municípios como os principais fatores para o investimento que, segundo o estudo, consome entre 2% e 6% do orçamento previsto para a educação. A análise dos pesquisadores é de que, embora pareça pouco, o gasto com os sistemas privados pode reduzir a capacidade de novos investimentos dos municípios, como por exemplo na ampliação de vagas na educação infantil e na infraestrutura das escolas. Dos cinco maiores grupos que vendem sistemas de ensino privado no Brasil, quatro também participam do PNLD. "O que acontece é um baita desperdício de recurso público, porque o município paga por um material que ele já recebia do governo federal sem nenhum custo ou então ele recebe duas vezes o mesmo material, que é pago duas vezes pelo erário", afirmou Salomão Ximenes, coordenador do curso de Políticas Públicas da Universidade Federal do ABC (UFABC) e um dos responsáveis pelo estudo.
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