A necessidade
de atualizar a atual frota de veículos no Brasil está unindo sindicatos
patronais e de trabalhadores que atuam em toda a cadeia produtiva em torno do
Programa de Sustentabilidade Veicular (PSV). Desenvolvido por 19 entidades do
setor automobilístico e em avaliação pelo governo federal, o programa visa
retirar de circulação veículos leves com mais de 15 anos e caminhões e ônibus
com mais de 30 anos de uso. Segundo entidades ligadas ao projeto, a medida pode
gerar um acréscimo de até 500 mil veículos novos vendidos por ano no país e
ajudar na recuperação do setor, que teve queda de 26,6% nos emplacamentos em
2015. Os proprietários poderão deixar os veículos velhos em uma rede autorizada
de unidades de reciclagem veicular. Em troca, o cliente receberá uma carta de
crédito para abater no valor de compra de veículos novos ou seminovos (com
menos de 15 anos). A estimativa é que o aquecimento econômico provocado pela
medida gere 285 mil empregos em toda a cadeia produtiva. A expectativa da
Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM) é que o projeto gere 250 mil novos
postos de trabalho só na metalurgia. Segundo a CNM, o programa é uma
reivindicação dos trabalhadores desde o final da década de 90. Além da questão
ambiental, a CNM destaca a importância do programa na geração de novos postos
de trabalho, que poderão injetar dinheiro na economia. O Sindicato dos
Metalúrgicos do ABC Paulista (SMABC), que também apoia o projeto, informou, via
assessoria de imprensa, que o programa é hoje ainda mais necessário diante do
agravamento da situação econômica. Segundo a Anfavea, a indústria
automobilística eliminou 14.732 postos de trabalho no ano de 2015. A reação
dessas demissões é em cadeia. Na região do ABC, o comércio varejista teve uma
queda, de janeiro a outubro de 2015, de 2,5%, ou seja, a perda de 2.967
empregos, segundo a Federação do Comércio de São Paulo (FecomércioSP).
(IG)