11 janeiro 2016

Empresários dizem que sofreram ameaças de operador de Cunha

Em depoimento para a Operação Lava Jato, os irmãos Milton e Salim Schahin, donos da empresa Schahin, afirmaram que foram ameaçados de morte por Lúcio Bolonha Funaro. A Procuradoria-Geral da República aponta Funaro como "o operador" do presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Segundo os irmãos, eles foram alvo de diversas ameaças. Ambos falaram que estavam receosos em prestar esclarecimentos por medo das ofensivas do operador, registradas em boletins de ocorrência entregues aos investigadores. De acordo com informações do jornal Folha de S. Paulo, Salim firmou acordo de delação premiada e admitiu participação no esquema de corrupção da Petrobras. Ele contou que as ameaças chegavam por telefone ou mensagens. "Que Funaro certa vez ligou para o depoente, dizendo que sabia onde o filho do depoente morava e onde o neto estudava [...]. Que escutou da própria boca dele que iria arrebentar o carro do [...] depoente e coisas do gênero", relatou Salim. A inimizade entre Funaro e os irmãos Schahin vinha desde 2008, ano em que centenas de famílias ficaram desalojadas após o rompimento da barragem de Apertadinho, em Rondônia. A publicação refere que Cebel (Centrais Elétricas de Belém), responsável pelo empreendimento, tinha Funaro como "representante de fato" e contratou um consórcio formado por Schahin e EIT Engenharia. O acidente deflagrou a batalha judicial sobre quem deve arcar com as consequências do rompimento. As transcrições dos depoimentos de Milton e Salim estão no despacho do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) que autorizou as busca e apreensões em imóveis de Eduardo Cunha, em dezembro. Na ocasião, Funaro também foi objeto dos mandados. Os procuradores do Ministério Público acreditam que cabia a ele lavar o dinheiro oriundo dos ganhos ilícitos de Cunha.
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