21 outubro 2015

Suspeito de ser elo da propina a Cunha está sumido

Considerado suspeito de ser o intermediário da propina destinada ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Altair Alves Pinto, de 67 anos, está desaparecido. Ele foi citado na delação do lobista Fernando Baiano. Desde que o caso foi divulgado, Altair não foi mais visto em casa e no trabalho. Ele é funcionário da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), lotado no gabinete do deputado Fábio Silva (PMDB), aliado de Cunha, como revelou O GLOBO no sábado. Nesta terça-feira, durante sessão na Alerj, O GLOBO tentou entrevistar Fábio Silva. Irritado e evitando falar sobre o assunto, o deputado tentou deixar o plenário, e chegou a segurar o braço do repórter para que não fosse filmado. Após insistência, o parlamentar comentou, sem detalhes, sobre o paradeiro de Altair: “Ele faz trabalho externo. Está em Cabo Frio, angariando votos”. E continuou: “Votos para a campanha”. Questionado sobre a qual campanha estava se referindo, Fábio afirmou: “À minha! Ele (Altair) arrumou votos para o Eduardo (Cunha) também. Está fazendo trabalho externo e político, como a maioria dos assessores faz”. Fábio Silva é pré-candidato a prefeito em Seropédica, na Baixada Fluminense, em 2016. As eleições para deputado estadual só serão realizadas em 2018. Altair está nomeado no gabinete de Fábio Silva, como assessor especial para assuntos parlamentares, desde 2003, com salário líquido mensal de R$ 7,6 mil. Altair foi funcionário de Eduardo Cunha na Alerj quando este era deputado estadual. Fábio Silva defendeu Cunha e Altair em relação à Lava-Jato, e disse acreditar na inocência dos dois: “Tem que provar. Uma coisa é a pessoa ser investigada. Outra coisa é a pessoa ser julgada. Há diferença grande”. Na delação, Baiano confirmou que entregou a Cunha entre R$ 1 milhão e R$ 1,5 milhão em espécie, no escritório da presidência da Câmara, no Centro do Rio. O dinheiro seria parte de uma propina de US$ 40 milhões que Júlio Camargo, outro delator, confessou ter pago a Cunha e outros investigados em troca da compra de dois navios-sonda pela Petrobras. Baiano disse que entregou o dinheiro, em 2011, a um homem chamado Altair.
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