O presidente do Conselho de Ética da Câmara, José Carlos Araújo (PSD-BA), disse nesta quarta-feira (14) que o processo para
apurar suposta quebra de decoro do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), deverá estar concluído até o fim deste ano,
apesar de o prazo final de tramitação no conselho ser de até 90 dias, o que
daria no fim de janeiro. Araújo também afirmou que Cunha não terá tratamento
diferenciado e que, se ficar comprovado que o parlamentar mentiu, poderá se
configurar quebra de decoro. O PSOL e a Rede entraram na terça-feira (13) com
uma representação no colegiado para que Cunha seja
investigado por suposta quebra de decoro parlamentar. Os partidos entendem que
ele mentiu em depoimento à CPI da Petrobras, em março, quando disse que não possuía contas no exterior.
Em documento enviado pela Procuradoria Geral da República, o procurador-geral,
Rodrigo Janot, confirmou, no entanto, que Cunha tem contas na Suíça. “Esse
processo tem dia de começar e de acabar, que é de até 90 dias. Mas é óbvio que,
se pudermos apressá-lo dentro da legalidade, o faremos. Até o recesso [parlamentar],
já acabou”, disse Araújo. O recesso parlamentar começa em 23 de dezembro.
Segundo o presidente do conselho, a tramitação no colegiado será mais célere
porque o colegiado “não quer ficar com esse problema na mão”. “Eu acho que está mais propenso a
acabar este ano. Porque é um processo que a sociedade reclama, nós todos
queremos [a investigação] e o Conselho de Ética não quer ficar com esse
problema na mão”, justificou. Araújo não quis comentar se considerava
que Cunha havia mentido à CPI, mas disse que o conselho iria apurar isso e,
caso ficasse comprovado que ele mentiu, seria enquadrado como quebra de decoro.
"Essa é uma prova que vamos apreciar. Em tese, o conselho já apreciou
processos de deputados que cometeram esse erro de mentir. Na época, configurou
quebra [de decoro].", afirmou.
(globo.com)