O
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva avaliou na quarta-feira, 5, em reunião
com deputados estaduais e dirigentes petistas, em São Paulo, que, ao contrário
do escândalo do mensalão, em 2005, quando o bom desempenho da economia ajudou o
PT a superar a tempestade e vencer a eleição do ano seguinte, os efeitos da
Operação Lava Jato não poderiam ser suplantados nem por uma repentina e
milagrosa melhora das finanças sob a gestão Dilma Rousseff. Conforme o cenário
projetado pelo ex-presidente, a diferença é que, desta vez, existem indícios de
enriquecimento pessoal dos envolvidos nos desvios da Petrobras, ao contrário do
que ocorreu no mensalão, cujo objetivo, segundo Lula, era financiar o
"projeto político" do PT. Lula se reuniu na quarta-feira com os 14
deputados estaduais do PT de São Paulo e os presidentes nacional e estadual do
partido, Rui Falcão e Emídio de Souza, na sede do Instituto Lula, no Ipiranga,
zona sul de São Paulo. Agora, ao contrário de 2005, Lula avalia que a economia
pode reerguer o governo, mas não é suficiente para salvar o PT. O
enriquecimento pessoal de envolvidos na Lava Jato diferencia o partido das
demais legendas e o PT precisa de uma nova "narrativa" para explicar
os desvios. Para o ex-presidente, diferentemente do mensalão, quando o até
então insuspeito PT foi jogado na vala comum dos partidos que praticam caixa 2
eleitoral, a Lava Jato diferencia a sigla das demais legendas, o que dificulta
a elaboração do discurso de defesa. "Não entendo como pode o dinheiro da
mesma empresa ser sujo para o PT e limpo para outros partidos. É como se
tivessem dois caixas. Um para o PT e outro para o PSDB", disse Lula.
(Notícias ao Minuto)