14 agosto 2015

Janot acusa Eduardo Cunha de usar AGU em defesa pessoal

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse nesta quinta-feira (13) que o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), usou o cargo para pedir que Advocacia-Geral da União (AGU) atue em sua defesa pessoal. Cunha é investigado na Operação Lava Jato e solicitou que a AGU apresentasse recurso ao STF para anular uma diligência realizada, em maio, no Centro de Informática da Câmara. Na diligência, a PGR colheu provas sobre a autoria de dois requerimentos apresentados em 2011 pela ex-deputada Solange Almeida à Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Casa. A procuradoria suspeita que Cunha foi o verdadeiro autor dos requerimentos, cujo objetivo seria retaliar empresas investigadas na Lava Jato que pararam de pagar propina. No parecer, além de afirmar que a diligência foi legal, Janot informou que Cunha usou a estrutura da Advocacia-Geral para atuar em sua defesa particular. De acordo com o procurador, o inquérito investiga criminalmente a pessoa de Eduardo Cunha, "que tem plenitude de meios para assegurar sua defesa em juízo". Segundo ele, o deputado já está representado. "Apesar disso, como declarou publicamente o advogado-geral da União, o investigado solicitou a intervenção da advocacia pública em seu favor, sob o parco disfarce do discurso da defesa de prerrogativa institucional”, afirmou o procurador. Para Janot, o uso da AGU por Cunha mostra uma confusão entre o público e o privado.
(Band)
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