“Sabe o que está acontecendo
aqui? Falta governo. O governo tem que governar. Se não governa, dá nisso”,
dizia atônito em plenário, o deputado do PT, José Mentor (SP), logo após o
painel do plenário da Câmara registrar a derrota por 278 votos a 179 o
requerimento de adiamento da votação da PEC 443. Trata-se de uma Proposta de
Emenda Constitucional que iguala os salários da Advocacia Geral da União (AGU)
e de delegados de polícia aos salários do Judiciário. Presidente da Comissão
Especial que relatou o projeto, Mentor dizia que agora não terá como votar
contra o texto. “Eu acho a proposta correta. Não dá para continuar como é hoje,
com um advogado da União defendendo uma causa do governo contra um promotor que
ganha o dobro de salário. Mas entendo que temos problemas de caixa no momento e
votei pelo adiamento. Aceitei a promessa do governo de apresentar uma proposta
alternativa até o final do mês. O problema é que o governo não conseguiu
aprovar o requerimento. Nessas horas o governo tem que governar. Agora vem a
votação do projeto e eu vou votar pela aprovação. Mentor não é o único petista
a anunciar que votará por mais gastos do governo, num momento em que a
presidente Dilma Rousseff e o ministro da Fazenda apelam para o Congresso não
aprovar projetos que aumentem os gastos do Tesouro, os tais projetos da chamada
“pauta bomba”. Outro petista a seu lado, no plenário, o deputado Andrés Sanchez
(SP) também anunciava: “Vou votar pela equiparação. Não tem como votar contra.”
(IG)