O ex-senador e réu no mensalão tucano Clésio Andrade
(PMDB-MG) foi intimado para prestar depoimentos à Justiça mineira, onde o
processo tramita depois que ele perdeu o foro privilegiado. A audiência foi
marcada pela juíza Melissa Pinheiro Costa Lage, da 9ª Vara Criminal de Belo
Horizonte, para o dia 7 de julho. Além dele, serão ouvidas as testemunhas de
defesa. Segundo o Ministério Público, o mensalão tucano foi um esquema de
desvio de dinheiro público do governo de Minas para a fracassada campanha do
então governador Eduardo Azeredo (PSDB) à reeleição, em 1998. Clésio foi o
candidato a vice de Azeredo e mantinha sociedade na empresa de publicidade de
Marcos Valério, Cristiano Paz e Ramon Hollerbach –condenados pelo mensalão
petista–, acusada de lavar o dinheiro desviado. Atualmente, ele é presidente da
Confederação Nacional do Transporte (CNT). Alegando problemas de saúde, Clésio
renunciou em 15 de julho de 2014. Assim, o processo saiu do STF (Supremo
Tribunal Federal) e voltou à 1ª instância, que estava sem juiz titular até o
início de abril. A tramitação registrada pela Justiça mineira diz que os autos
só chegaram à atual magistrada na última quinta-feira (28). As testemunhas de
acusação já foram ouvidas pelo Supremo. Quanto maior a demora, maior é o risco de
que os crimes apontados pela Procuradoria-Geral da República prescrevam e
fiquem impunes. Dois réus no mensalão tucano já foram beneficiados pela
prescrição por terem completado 70 anos, quando o prazo é reduzido pela metade:
Walfrido dos Mares Guia, ex-ministro e então vice de Azeredo, e Claudio Mourão,
então tesoureiro da campanha do PSDB.
(Brasil247)