Quem não conhece alguém
que teve infecção urinária? Pouco provável, principalmente entre o público
feminino, já que 40% das mulheres terão ao menos um episódio dessa infecção ao
longo da vida. Dentre essas pessoas, até 20% terão a chamada infecção urinária
de repetição, quando ela acontece mais de duas vezes por ano. Embora no
primeiro momento não seja uma infecção grave, a ginecologista Patrícia de Rossi
define os sintomas dela como “um inferno”. “A cistite, forma mais comum de
infecção urinária, não ameaça a vida, é só um inferno, muito incômoda. É
sintomática, e, em alguns casos, pode se tornar uma infecção renal”, diz a
médica. “Não temos como adivinhar se a infecção urinária vai atingir os rins ou
não, mas quando isso acontece a pessoa fica muito desanimada, com náuseas,
vômitos e febre”, alerta. As mulheres têm mais propensão a ter infecção
urinária pela anatomia do corpo, já que a uretra feminina é menor do que a
masculina. No entanto, os homens eventualmente podem apresentar o problema, por
manipulações cirúrgicas e uso de sonda em hospitais, explica o urologista
Milton Skaff, do Hospital Beneficência Portuguesa. “Na mulher, ela pode
acontecer sem nenhum desses fatores. Uma parte da população feminina também tem
uma má-formação do trato urinário, que facilita as infecções”, diz. Segundo o
médico, crianças que têm infecção urinária na maioria dos casos se dá por essa
má-formação, mas tende a melhorar conforme vai crescendo. Se isso não
acontecer, uma intervenção cirúrgica pode ser necessária. Uma pesquisa mostrou,
segundo Skaff, que mulheres com prisão de ventre têm mais tendência a ter
infecção urinária. O motivo? A maior quantidade de bactérias na região do
períneo, o que propicia a entrada delas pela uretra, causando a infecção.
(IG)