05 maio 2015

Governo age para conter resistências na base e no próprio PT ao ajuste fiscal

Não será só da oposição que virão as dores de cabeça do Planalto para aprovar a Medida Provisória 665/14, que faz mudanças no seguro-desemprego e é a primeira do conjunto de propostas que devem ser votadas no Congresso para promover o ajuste fiscal. A votação prevista para esta semana é tratada pelo governo como a mais importante do ano. Por isso o esforço para conter os problemas na base e até mesmo no PT. Reunido ontem com líderes para tratar do assunto, o vice-presidente Michel Temer (PMDB) citou nominalmente o partido da presidente Dilma Rousseff ao falar da importância da aprovação desta MP - que tranca a pauta da Câmara - e da 664/14, que muda regras para a concessão de pensão por morte. Essa é encarada como o grande teste da capacidade de articulação de Temer. Às vésperas de fechar a distribuição de cargos de segundo e terceiro escalões, o governo avalia que os partidos da base deverão negociar pesado em troca da votação do ajuste fiscal. Caberá ao vice-presidente, que tem sido elogiado como negociador, acalmar os ânimos na base. Por isso, foram previstas conversas com cada uma das bancadas da base governistas em busca de consenso para a votação. A apreciação das MP do ajuste fiscal é fundamental para o Planalto. Caso os textos não sejam aprovados, existe a possibilidade de que o Brasil perca o chamado grau de investimento, concedido por agências internacionais de classificação de risco. Além de assegurar empréstimos no exterior com juros mais baixos, o grau de investimento é, por exemplo, condição fundamental para que alguns fundos internacionais invistam capital no país.
(IG)
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