Desde o início da epidemia de Aids, na década de
80, até o primeiro dia do ano de 2013, o Estado de São Paulo registrou
226.703 casos de pessoas infectadas. Desse total, 106.817 ainda estavam vivas
em janeiro de 2013, o que correspondia a cerca de 2,5 pessoas a cada grupo de
mil. Isso é o que revelou o estudo "A vida com a Aids no Estado de São
Paulo: Informação e Desafios para a Política Pública de Saúde", divulgado
nessa quarta-feira (6) pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados
(Fundação Seade) e o Programa Estadual Doenças Sexualmente Transmissíveis e
Aids, da Secretaria de Estado da Saúde. Com a
pesquisa, foi possível observar que a incidência de novos casos de Aids, no
Estado, vem caindo e a longevidade, aumentando. "A cada ano temos um
número maior de pessoas vivendo com Aids. Em média, a cada ano há um acréscimo
de 5,1 mil de pessoas que têm Aids", disse Bernadette Cunha Waldvogel,
gerente de Indicadores e Estudos Populacionais da Fundação Seade e uma das
coordenadoras do levantamento. "Isso é crescente porque o número de casos
notificados de Aids foi crescente até 1998. Em 1996 começaram os tratamentos de
antirretrovirais, que foi um tratamento muito potente para aumentar a sobrevida
das pessoas. Os antirretrovirais não curam, mas permitem que as pessoas vivam
mais. Então, diminuiu a mortalidade e o número de casos novos está decrescente
a cada ano, porém, as pessoas vivem mais, então, há um número crescente da
população vivendo com Aids", disse Bernadette, em entrevista à
"Agência Brasil". Segundo o estudo, entre 1983 e 1995, houve um
acréscimo de 1.527 pessoas vivendo com Aids a cada ano. Já no período de 1995 a
1998, esse número subiu para 5.582 pessoas por ano. Esse maior crescimento
deveu-se, acreditam os pesquisadores, além do aumento do número de novos casos
ocorridos nesses anos, ao declínio da mortalidade decorrente da introdução, a
partir de 1996, de antirretrovirais, altamente potentes, no tratamento dos
pacientes. Entre 1998 e 2012, observou-se discreta redução nesse ritmo, com
acréscimo de 5.172 pessoas vivendo com Aids a cada ano.
(Bol)