07 maio 2015

ESTUDO: Quase 107 mil pessoas vivem com Aids em São Paulo

Desde o início da epidemia de Aids, na década de 80, até o primeiro dia do ano de 2013, o Estado de São Paulo registrou 226.703 casos de pessoas infectadas. Desse total, 106.817 ainda estavam vivas em janeiro de 2013, o que correspondia a cerca de 2,5 pessoas a cada grupo de mil. Isso é o que revelou o estudo "A vida com a Aids no Estado de São Paulo: Informação e Desafios para a Política Pública de Saúde", divulgado nessa quarta-feira (6) pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Fundação Seade) e o Programa Estadual Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids, da Secretaria de Estado da Saúde. Com a pesquisa, foi possível observar que a incidência de novos casos de Aids, no Estado, vem caindo e a longevidade, aumentando. "A cada ano temos um número maior de pessoas vivendo com Aids. Em média, a cada ano há um acréscimo de 5,1 mil de pessoas que têm Aids", disse Bernadette Cunha Waldvogel, gerente de Indicadores e Estudos Populacionais da Fundação Seade e uma das coordenadoras do levantamento. "Isso é crescente porque o número de casos notificados de Aids foi crescente até 1998. Em 1996 começaram os tratamentos de antirretrovirais, que foi um tratamento muito potente para aumentar a sobrevida das pessoas. Os antirretrovirais não curam, mas permitem que as pessoas vivam mais. Então, diminuiu a mortalidade e o número de casos novos está decrescente a cada ano, porém, as pessoas vivem mais, então, há um número crescente da população vivendo com Aids", disse Bernadette, em entrevista à "Agência Brasil". Segundo o estudo, entre 1983 e 1995, houve um acréscimo de 1.527 pessoas vivendo com Aids a cada ano. Já no período de 1995 a 1998, esse número subiu para 5.582 pessoas por ano. Esse maior crescimento deveu-se, acreditam os pesquisadores, além do aumento do número de novos casos ocorridos nesses anos, ao declínio da mortalidade decorrente da introdução, a partir de 1996, de antirretrovirais, altamente potentes, no tratamento dos pacientes. Entre 1998 e 2012, observou-se discreta redução nesse ritmo, com acréscimo de 5.172 pessoas vivendo com Aids a cada ano.
(Bol)
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